Jardins urbanos impulsionam crescimento de empresas de jardinagem
Pode ser uma horta cultivada em pequenos vasos, uma varanda florida ou um jardim vertical: as plantas ganham cada vez mais destaque na ambientação de projetos antenados com uma cultura mais verde. A prova disso é a expansão da Villa Garden, empresa criada em 2009 e que de 2013 para cá já registrou um crescimento de 700% na demanda. Engana-se quem pensa que se trata apenas de uma “tendência” como as outras. Com a sanção da Lei Municipal 18.112/2015 – que determina a criação de telhados verdes em prédios –, o cultivo de plantas em meio ao cenário urbano promete vir para ficar.
“Como a lei é de janeiro e vale para os novos projetos, essa nova demanda vai começar a crescer nos próximos meses”, espera Luciano Lacerda, paisagista e um dos donos da loja, que usa tecnologia importada para garantir a qualidade dos jardins construídos sobre lajes. Segundo ele, o substrato de alta performance trazido do Japão garante que as plantas cresçam sobre as construções como se estivessem em superfícies permeáveis.
Mas a onda verde não fica restrita a espaços abertos. “Todo e qualquer apartamento pode ter um espaço verde. As pessoas estão procurando ter mais contato com a natureza, mais qualidade de vida. E isso é possível”, defende Luciano Lacerda, paisagista e um dos donos da loja. A mudança no comportamento coletivo em busca de mais espaços abertos e atividade física, por exemplo, seria um dos motivos do impressionante crescimento do número de clientes que procuram a marca.
A loja inaugurou na quarta-feira (1º) seu segundo endereço, que fica na Rua Quarenta e Oito, 490, no Espinheiro. Além da venda de plantas, insumos e utensílios decorativos, o espaço ainda vai oferecer serviços como consultoria de paisagismo, manutenção de jardins, criação de projetos e até oficinas para o público infantil. O destaque fica para o jardim externo de 900 m², onde estão plantadas árvores de grande porte, incluindo palmeiras de diferentes espécies.
“A ideia era criar um ambiente dentro da cidade para oferecer tudo que é preciso para um jardim. Antes as pessoas precisavam sair da Região Metropolitana para encontrar isso. A loja é um complexo verde”, garante Janaína Guerra, administradora e dona da empresa.
Quem reforça esse discurso é Catarina Durães, diretora comercial da Eco Green, empresa que funciona na Rua das Pernambucanas, 282, nas Graças, com filial no Rio Grande do Sul. “Imagine se você pegasse todas as plantas que podem ser usadas em um jardim vertical e colocasse no chão? Poucas casas têm espaço para isso. Mas agora existe essa alternativa [o jardim vertical], que além de ser bonito, reduz o calor e melhora a acústica do ambiente”, garante.
A empresa, que trabalha principalmente com projetos de jardins verticais, telhados verdes e construção a seco, registrou um crescimento de 120% na demanda durante o ano de 2014. “O verde não é uma tendência, é uma solução”, resume Catarina.
Antes da sanção da lei municipal, a empresa realizou diversos projetos de telhados verdes no Recife e Região Metropolitana. “Em Curitiba, por exemplo, existem incentivos para prédios antigos cultivarem um jardim na laje com a redução do IPTU. Isso mostra que não só os edifícios que estão enquadrados na lei podem ter a iniciativa. Hoje temos tecnologia que permite aplicar jardins até sobre telhas metálicas”, diz Catarina.
Segundo ela, os contratos da loja devem aumentar ainda mais no segundo semestre. “Como é uma coisa muito recente, muitas construtoras ainda estão conhecendo o trabalho, fazendo análises, para só depois fechar os contratos”, explica.
Fonte: Jornal do Commercio